quarta-feira, 28 de abril de 2010

Cansaço

Eles tiveram uma breve tentativa de relacionamento. Numa tradução livre, 'breve tentativa de relacionamento' seria algo como um caso, ou seja lá qual nome se queira dar a algo que, em outras épocas não muito remotas, poderia se chamar simplesmente namoro. Em tempos atuais,no entanto, beijos, cinema, pizza e sexo entre dois seres humanos precisa ser chamado de qualquer outra coisa, menos namoro. Já ouvi em algum lugar que é para não criar jurisprudência.

Parecia um encontro promissor. Ele a convidou para assistir à final do campenoato brasileiro no Maracanã. Torcem pelo mesmo time. Foram campeões juntos. Um bom começo.

Depois vieram os jantares, muitos telefonemas antes, outros tantos depois. Muitos beijos na boca antes, sexo do bom depois. E tudo parecia indo bem até o primeiro sumiço dele. Típico. É para não criar jurisprudência. Apareceu novamente e ela, com muita paciência, estava a fim de tentar. Mais um sumiço. Novos desencontros. Alguns comportatmentos inadequadose e ela não quis mais.

Ele insistiu. Ela expôs que não estava a fim de ficar nessa história sem nome. Ele pediu outro crédito. Ela deu. Ele fugiu de novo.

Ela ficou triste, mas não foi nenhum fim do mundo.

Meses depois o sujeito a procura de volta. Estava arrependido. Disse nunca ter conhecido antes uma mulher com tantos predicados reunidos: beleza, inteligência, boa disposção para o sexo, independência financeira e bom caráter, nas palavras dele. Mesmo assim, ele assumiu que fugiu dela. "Tive medo de me apaixonar", ele justificou. "Agora estou cansado de ficar sozinho e pensei em você"

Ela realmente não estava mais a fim. Nem por isso deixou de pensar no que ouviu. Embora nunca tenha sido alguém com propensão a fomentar ideias machistas ou preconceituosas a respeito dos homens, foi inevitável questionar o porquê de alguns homens seguirem essa tendência. Deixam passar as mulheres com quem se identificam por medo ou insegurança e depois, quando se 'cansam' de ficar sozinhos, a mulher ideal provavelmente já estará 'cansada' de esperar e os meninos acabam escolhendo mal, pois o critério passou a ser apenas o preenchimento da solidão. Quantas histórias conhecemos assim?

Não que isso não aconteça com mulheres, mas como meu universo de relacionamento afetivo ainda está restrito a homens, vivências desse tipo têm sido recorrentes...

Ela suspirou fundo, com pena dos dois e respondeu.

"A última coisa que quero ao meu lado é um homem cansado"

E seguiu sua vida com muita disposição.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Elas, as francesas



Mulheres francesas não engordam. É o que diz o título de um best seller. Este já seria um motivo mais que suficiente para eu babar de admiração por elas. Afinal, manter a silhueta comendo quiche lorraine e tomando vinho é um sonho. Mas ao longo da vida, andei observando outra qualidade admirável das representantes dessa nacionalidade: a garra.

Reparem na história da antiga região galícia. Joana D'Arc foi a primeira grande topetuda. Não quis saber dos riscos e mandou ver nas Cruzadas. Maria Antonieta pode até ter sido uma alienada, mas vamos combinar que é preciso ter muita presença de espírito para mandar geral comer brioche no meio de uma revolução.


Aí a gente vai se aproximando do século XX e lá vem Coco Chanel, uma órfã que virou revolucionária não só do modo de vestir, mas de todo um comportamento feminino francês e depois mundial. Edith Piaf era pobre, tinha em torno de 1,40 m e cantava feito um rouxinol na primavera. Seus amores tão intensos foram capazes de transbordar na interpretação de suas canções.

Brigitte Bardot não poderia ficar botando botox e se internando em clínicas 'de estética' para o resto da vida? A mulher que já foi o ícone de sensualidade do planeta preferiu de se engajar em uma causa - por mais que debochem - nobre e que teve resultado, fazendo o mundo acordar para a questão ecológica quando ninguém falava disso. Envelheceu, as más línguas a chamam de bruxa, mas ela continua com a tal 'garra'peculiar a suas coterrâneas, defendendo suas focas e as peles dos animais, sem se importar com o que 'os outros vão pensar'.

Como se não bastassem os exemplos citados, ando reparando em outra característica marcante das francesas: são capazes de deixar os cabelos brancos dominarem o visual sem perder a vaidade, elegância ou feminilidade.



Basta olhar para a ministra das finanças francesa, Christine Lagarde (foto ao lado), ou para a mãe da primeira-dama Carla Bruni, Marisa Bruni Tedeschi, ou para outra mãe, a da atriz Marion Cottilard (de quem não sei o nome mas também coloquei uma fotinho aí embaixo para vcs terem ideia).



Como quando nasci minha mãe tinha acabado de entrar para a faculdade de literatura francesa, cresci influenciada a admirar a cultura, a história e os pequenos detalhes (que lhe dão tanto charme) da França. De uma forma inconsciente, talvez, os valores transmitidos em minha casa foram de uma 'mulher francesa'.

Aprendi desde cedo a não me contentar com o que está ruim, a não enjoar do que é bom, a não ter medo de nada, a viver um amor apenas quando valer a pena - mas sempre intensamente - a apreciar o belo, o requintado e o nobre, sem esquecer jamais da liberdade, da igualdade e muito menos da fraternidade.

Hoje, depois de quase 40 anos de existência redescobri o que, na verdade, sempre quis ser quando crescer: uma mulher francesa.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Recomeçar bem

Tudo bem. Concordo que deveria fazer uma pequena introdução justificando o sumiço. Mas o clima deste início de ano não está para justificativas. Acordar no primeiro dia de 2010 embalada por notícias de gente soterrada em Angra e, menos de duas semanas depois, digerir o horror das consequências de um terremoto no Haiti são motivos mais que suficientes para me eximir da obrigação de justificar qualquer ausência.

Recomecemos falando de assuntos amenos. Ou até anestésicos. Pelo menos para o público feminino e simpatizantes de uma boa dose de testosterona.
Com vocês, o primeiro candidato ao prêmio 'Testosterona de Ouro', lançado por este blog. Na disputa de 2010, começo com Olivier Sitruck (apreciem as fotos). Descobri-o neste fim de semana, assistindo a um filme para TV sobre a vida da estilista francesa Coco Chanel (não é o estrelado pela Audrey Tauto, não).

Um belo ator, nascido em Nice, Sul da França, que empresta sua masculinidade sensível ao papel de Arthur 'Boy' Capel, o grande amor da vida de Chanel e também o patrocinador de seus primeiros passos como estilista.




Ô, lá em casa!