Era o dia 1º de junho e ela acordou radiante. Aquele dia primeiro seria o primeiro dia de uma nova fase de sua vida. Tirou o filhinho, de um aninho ainda incompleto, do berço e o rodopiou cantando “Onde você estiver, não se esqueça de mim”, no melhor estilo Nana Caymi durante o especial do Rei...
Lá fora, a chuva caía como há muito tempo o Rio não via numa manhã, mas seu coração estava sob o efeito do Sol. Riu ao lembrar-se daquela cartomante, lá atrás no tempo, consolando-a pelo inconformismo do recente amor perdido.
– Minha filha, não se preocupe... esse homem de agora já passou. No momento você só vê trevas, mas o sol está a caminho.
Incrédula, não aguentava mais sofrer desilusões, no dia que o conheceu, rechaçou-o com todas as forças. Mas como um bom Sol, ele teve forças mesmo diante de nuvens carregadas. O tempo abriu e ela deixou o Sol entrar em sua vida.
As coisas não foram fáceis. Mudanças para o exterior, virar dona de casa de uma hora para outra, logo ela, tão profissional, tão cheia de talentos. Veio depressão, vieram ausências dele por excesso de viagens. O céu ficava nublado por vezes, mas o Sol sempre vencia.
Veio o bebê, vieram mais mudanças. Veio uma boa proposta de emprego para ela em outra cidade, vieram novos desentendimentos.
Mas naquele domingo, naquelezinho dia tão feliz, todas as nuvens pareciam ter sido dissipadas. Foi um dia de planos. Foi um dia de decisões. Ela pediria demissão, ele sugeriu ajudá-la a abrir um negócio na outra cidade.
Ele não queria que ela o levasse ao aeroporto, então, despediram-se quando táxi chegou. Ela correu para comprar o vestido, pois ele voltaria no Dia dos Namorados.
Mas naquele dia primeiro, conforme ela mesma previra, tudo seria transformado. Um telefonema, depois outro, depois outro e a confirmação como um rombo na fuselagem.
Por um momento pensara: “não, não...ele embarcou no voo das seis horas. Nnão, talvez no das sete e meia..." Correu para o celular. Lá estava a mensagem implacável:
31/05/2009 19h03 Voo saindo no horário. Bjs. Te amo.
Como ele estava com muito sono, ela respondeu:
31/05/2009 19h05 Te amo. Descanse em paz
Qual é o limite para suportar uma dor? A bela filha de espanhol me diz com lágrimas nos enormes olhos de Mangá:
– Almodóvar desta vez extrapolou...
Eu ainda consegui sorrir, mas nos abraçamos em soluços.
Quando nos conhecemos, brincava com ela a respeito do pai espanhol e dos episódios “almodovorianos” de sua existência. Dizia-lhe que o roteiro dos acontecimentos pelos quais passava era escrito pelo cineasta espanhol e mandado para o Destino. E ela sempre respondia
– Não minha amiga, se o Almodóvar filmasse minha vida, diriam que ele foi inverossímil demais...
O Sol se pôs ao norte do Atlântico. E desta vez teve não teve a menor graça...
Homenagem à amiga que perdeu seu amor no voo AF 447 da Air France e a todos os amigos, familiares e amores dos passageiros que lá estavam.
terça-feira, 2 de junho de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
Como se diz "tô com saudade"...
Peguei carona na mensagem da amiga La Baronne. O vídeo abaixo é um presente que um amigo desta amiga fez pra namorada que foi estudar em Paris.
http://www.youtube.com/watch?v=hQm9POgvq9c
As pessoas do começo são desconhecidas do casal. A partir do cara com blusa do Fluminense, são todos conhecidos (amigos, familiares...).
Uma simples e criativa forma de dizer "estou com saudade"
Na boa...se um dia um homem faz um vídeo desses pra mim eu sou capaz de engravidar de quíntuplos, largar o jornalismo e voltar de Paris para morar na roça!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
http://www.youtube.com/watch?v=hQm9POgvq9c
As pessoas do começo são desconhecidas do casal. A partir do cara com blusa do Fluminense, são todos conhecidos (amigos, familiares...).
Uma simples e criativa forma de dizer "estou com saudade"
Na boa...se um dia um homem faz um vídeo desses pra mim eu sou capaz de engravidar de quíntuplos, largar o jornalismo e voltar de Paris para morar na roça!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Double Fantasy
Tenho uma grande amiga, a Jubs, que gosta – acredito apenas pra me provocar – de dizer o quanto tem medo. Eu acho engraçado ela ter medo justamente das coisas para as quais eu a considero a mais capaz das criaturas. Mas basta eu a ouvir dizer “eu tenho medo de...” para responder o seguinte
“Don’t be affraid to go to hell and back, don’t be affraid to go to hell and back, don’t be affraid to be affraid” (Não tenha medo de ir ao inferno e voltar, não tenha medo de ir ao ínferno e voltar, não tenha medo de sentir medo).
Trata-se do refrão de “Beautiful Boys” letra de Yoko Ono e música de John Lennon, interpretada pela própria senhora Lennon, a japinha acusada de ser o estopim do fim dos Beatles. Favor não confundir com “Beautiful Boy”, assim no singular, letra e música do Lennon, canção um pouco mais manjadinha, nem por isso menos linda.
Voltando aos “Garotos Lindos” da Yoko. Recentemente rolou um papo com a Jubs por e-mail. Ela, então, acabou por procurar a música e baixar. Ouviu e leu a letra pela primeira vez (em tempo, a amiga nem era nascida quando o Lennon levou um tiro, quanto mais quando o disco “Double Fantasy”, que continha a música em questão, foi lançado).

Recebi o arquivo da canção e, ao ouvi-la após longo tempo, me debulhei em lágrimas.
Para se entender o contexto histórico da minha reação será preciso viajar no tempo: o álbum “Double Fantasy” já havia sido devidamente adquirido por meus pais, ambos da geração Beatles e amantes de Lennon e Cia. No dia em que o estampido de uma bala ressoou em frente ao edifício Dakota e deu fim ao mais amado dos quatro garotos de Liverpool, a capa com a bela foto em preto e branco do casal estava na estante.
Eu tinha apenas 10 anos e lembro de minha mãe chorando e colocando o disco depois de ouvir a notícia no rádio. Naquela mesma semana, voltando do curso de inglês, achei nas bancas uma revista com todas as letras e traduções do repertório do Lennon.
Comprei para dar a minha mãe e ela ficou toda feliz. Mummy, mestre em literatura brasileira e bacharel Francês, não sabe falar nem I love you na língua de Shakespeare, talvez por isso tenha curtido tanto o presente. Como uma criança curiosa e estudante de inglês, eu acabava por acompanhar com ela as letras e músicas.
Desde então, nunca mais me saíram da cabeça os versos daquele refrão. Alguém dizendo para nunca ter medo de ir ao inferno e voltar. Com minhas crenças ainda em formação, de alguma forma era confortante saber ser possível, uma vez chegando ao inferno, poder voltar quando quisesse.
O alerta seguinte também intrigava: nunca tenha medo de sentir medo. Outro conforto. Passei a lembrar dessa frase cada vez que senti medo e isso, de certa fora, me acalentava. Afinal, se não é para ter medo de sentir medo, então não precisa ter medo. A vida parecia muito simples assim.
Cresci, deixei de ouvir discos, cheguei a comprar o CD, mas sumiu em uma das mudanças de casa e agora me reencontrei com “Beatiful Boys”. A música causa estranhamento. Os ouvidos ocidentais estão pouco acostumados ao metal da voz de Yoko. Mas a letra é maravilhosa.
A musa de Lennon foi muito sensível ao resumir o marido e o filho Sean. Não consigo descrever, tamanha sutileza oriental de cada estrofe.
Em tempo: nunca achei Yoko responsável por nada de ruim na vida de Lennon. Achava o amor deles uma coisa maravilhosa, a possibilidade do grande encontro, de se viver essa roca amorosa em uma existência. Mesmo sabendo que acaba. Acabou com um tiro no caso deles. Acaba como a adaga de tantas impossibilidades em outros casos. Mas a fantasia de viver este sonho continua. Fantasia em dupla, fantasia em dobro.
Ouça a canção, siga a letra e nunca tenha medo de sentir medo.
Trata-se do refrão de “Beautiful Boys” letra de Yoko Ono e música de John Lennon, interpretada pela própria senhora Lennon, a japinha acusada de ser o estopim do fim dos Beatles. Favor não confundir com “Beautiful Boy”, assim no singular, letra e música do Lennon, canção um pouco mais manjadinha, nem por isso menos linda.
Voltando aos “Garotos Lindos” da Yoko. Recentemente rolou um papo com a Jubs por e-mail. Ela, então, acabou por procurar a música e baixar. Ouviu e leu a letra pela primeira vez (em tempo, a amiga nem era nascida quando o Lennon levou um tiro, quanto mais quando o disco “Double Fantasy”, que continha a música em questão, foi lançado).

Recebi o arquivo da canção e, ao ouvi-la após longo tempo, me debulhei em lágrimas.
Para se entender o contexto histórico da minha reação será preciso viajar no tempo: o álbum “Double Fantasy” já havia sido devidamente adquirido por meus pais, ambos da geração Beatles e amantes de Lennon e Cia. No dia em que o estampido de uma bala ressoou em frente ao edifício Dakota e deu fim ao mais amado dos quatro garotos de Liverpool, a capa com a bela foto em preto e branco do casal estava na estante.
Eu tinha apenas 10 anos e lembro de minha mãe chorando e colocando o disco depois de ouvir a notícia no rádio. Naquela mesma semana, voltando do curso de inglês, achei nas bancas uma revista com todas as letras e traduções do repertório do Lennon.
Comprei para dar a minha mãe e ela ficou toda feliz. Mummy, mestre em literatura brasileira e bacharel Francês, não sabe falar nem I love you na língua de Shakespeare, talvez por isso tenha curtido tanto o presente. Como uma criança curiosa e estudante de inglês, eu acabava por acompanhar com ela as letras e músicas.
Desde então, nunca mais me saíram da cabeça os versos daquele refrão. Alguém dizendo para nunca ter medo de ir ao inferno e voltar. Com minhas crenças ainda em formação, de alguma forma era confortante saber ser possível, uma vez chegando ao inferno, poder voltar quando quisesse.
O alerta seguinte também intrigava: nunca tenha medo de sentir medo. Outro conforto. Passei a lembrar dessa frase cada vez que senti medo e isso, de certa fora, me acalentava. Afinal, se não é para ter medo de sentir medo, então não precisa ter medo. A vida parecia muito simples assim.
Cresci, deixei de ouvir discos, cheguei a comprar o CD, mas sumiu em uma das mudanças de casa e agora me reencontrei com “Beatiful Boys”. A música causa estranhamento. Os ouvidos ocidentais estão pouco acostumados ao metal da voz de Yoko. Mas a letra é maravilhosa.
A musa de Lennon foi muito sensível ao resumir o marido e o filho Sean. Não consigo descrever, tamanha sutileza oriental de cada estrofe.
Em tempo: nunca achei Yoko responsável por nada de ruim na vida de Lennon. Achava o amor deles uma coisa maravilhosa, a possibilidade do grande encontro, de se viver essa roca amorosa em uma existência. Mesmo sabendo que acaba. Acabou com um tiro no caso deles. Acaba como a adaga de tantas impossibilidades em outros casos. Mas a fantasia de viver este sonho continua. Fantasia em dupla, fantasia em dobro.
Ouça a canção, siga a letra e nunca tenha medo de sentir medo.
Beautiful Boys
You're a beautiful boy
With all your little toys
Your eyes have seen the world
Though you're only four years old
And your tears are screaming
Even when your smiling
Please never be afraid to cry
You're a beautiful boy
With all your little ploys
Your mind has changed the world
And you're now forty years old
You got all you can carry
And still feel somehow empty
Don't ever be afraid to fly
All you beautiful boys
Creating multiple plays
You like to fence in your world
And settle down when you're old
You can run from pole to pole
And never scratch your soul
Don't be afraid to go to hell and back
Don't be afraid to go to hell and back
Don't be afraid to be afraid
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Febre do Feno

"A primavera traz uma agradável sensação de recuperação de vida, após o escuro e frio inverno. É a época de acasalamento das espécies animais, de (re)nascimento da natureza. Com este renascimento as flores desbrocham, as árvores também. Começa a polinização. Muitas plantas utilizam insetos como ‘polinizadores’, mas outras tantas utilizam o vento. Isto significa que o ar se torna um verdadeiro coquetel de pólens. E o que significa isto para muitos de nós?"
Retirei isso de um site que explica o que vem a ser a tal febre do feno. Trata-se, simplesmente, de uma alergia desencadeada pelo excesso de polinização no ar, especialmente na época de primavera.
Em minha existência pouco erudita, porém, ouvi a vida inteira um amigo gaiato dizer "Ihhh, fulano (ou fulana) tá com a febre do feno". Geralmente ele se referia àquela fase da vida em que o negócio é 'polinizar'. Não importa se é cravo, gerânio, tulipa ou flor de cáctus. A natureza grita e não convém ficar guardando o pólen para a posteridade.
Pois bem. Não sei se é hormonal, se realmente tem a ver com o clima - e esse outono no Rio é mesmo convidativo - ou se é o massacre da mídia em torno do maldito Dia dos Namorados. Só sei que ando sentindo minhas defesas imunológicas prontas para se renderem à febre do feno...
Qual é a vacina, hein?
domingo, 17 de maio de 2009
Não deixe o blog morrer, não deixe o blog acabar
Meus 20 leitores sentiram falta das postagens e estou de volta, após um longo e tenebroso recesso tecnológico.
Falta de assunto não há, mas achei conveniente começar com leves esclarecimentos sobre a ausência prolongada.
Houve mudança de emprego, problemas de saúde, pane no computador, nova reforma ortográfica, Flamengo campeão, a morte de um amor platônico, a separação de um casal amigo, a queda no poder aquisitivo, o governo mexendo na poupança, a CPI na Petrobras, vários amigos desempregados pela desculpa da crise e tantas outros acontecimentos capazes de desviar minha atenção.
Mas eu voltei, agora pra ficar. Porque aqui, aqui é o meu lugar.
Retomo as atividades com várias ideias. Penso em fazer contos e matérias de comportamento; vídeos e áudios também estão nos planos, agora que tenho um celular multimídia, mas queainda não sei usar.
Leia mais em breve, neste espaço virtual.
Falta de assunto não há, mas achei conveniente começar com leves esclarecimentos sobre a ausência prolongada.
Houve mudança de emprego, problemas de saúde, pane no computador, nova reforma ortográfica, Flamengo campeão, a morte de um amor platônico, a separação de um casal amigo, a queda no poder aquisitivo, o governo mexendo na poupança, a CPI na Petrobras, vários amigos desempregados pela desculpa da crise e tantas outros acontecimentos capazes de desviar minha atenção.
Mas eu voltei, agora pra ficar. Porque aqui, aqui é o meu lugar.
Retomo as atividades com várias ideias. Penso em fazer contos e matérias de comportamento; vídeos e áudios também estão nos planos, agora que tenho um celular multimídia, mas queainda não sei usar.
Leia mais em breve, neste espaço virtual.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Tambor
Só pelo nome do enredo - Tambor - a Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro já mereceria o título de campeã do Carnaval de 2009.
Não sei se é claro aos não-cariocas, mas aqui no Rio acostumamo-nos a títulos de enredo de escolas de samba do tipo "A noite em que a rainha de Sabá encontrou Zumbi dos Palmares debaixo de um céu estrelado na paraia de Cucumã, ao pé do morro do Alemão, com a benção da Deusa Ísis, a mãe egípicia de Ogum".
Pois é, como disse Leonardo DaVinci "A simplicidade é a sofisticação máxima". O carnavalesco Renato Lage simplesmente arrasou. Para quem não sabe, Lage já foi campeão com muitos enredos simples e criativos na Mocidade Independente de Padre Miguel, inclusive com um sobre a água, que a Beija-flor meio que fez uma, digamos, 'releitura' este ano, com o enredo sobre o banho.
Foi lindo meu Salgueiro na avenida.
Agora dá licença que vou gritar um berro guardado há 15 anos:
É CAMPEÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Não sei se é claro aos não-cariocas, mas aqui no Rio acostumamo-nos a títulos de enredo de escolas de samba do tipo "A noite em que a rainha de Sabá encontrou Zumbi dos Palmares debaixo de um céu estrelado na paraia de Cucumã, ao pé do morro do Alemão, com a benção da Deusa Ísis, a mãe egípicia de Ogum".
Pois é, como disse Leonardo DaVinci "A simplicidade é a sofisticação máxima". O carnavalesco Renato Lage simplesmente arrasou. Para quem não sabe, Lage já foi campeão com muitos enredos simples e criativos na Mocidade Independente de Padre Miguel, inclusive com um sobre a água, que a Beija-flor meio que fez uma, digamos, 'releitura' este ano, com o enredo sobre o banho.
Foi lindo meu Salgueiro na avenida.
Agora dá licença que vou gritar um berro guardado há 15 anos:
É CAMPEÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Filosofia de boteco
Não há nada mais insuportável do que um homem que se ache genial ou do que uma mulher que se ache irresistível. Ou vice-versa.
Uma pitada de humildade, uma discrição na intelectualidade acima da média ou um 'fingir' não saber o quanto se é belo dão um toque bem mais sedutor e, aí sim, mais genial e irresistível.
Uma dose eventual do bom e velho "Poema em linha reta" de Pessoa não faria mal a certos seres humanos.
Culpa desses livros de auto-ajuda tamanha onda de cabotinismo . "Tem que se gostar", "tem que se amar", "tem que olhar no espelho e repetir "sou linda e todos me amam". Ah, cansei. Autoestima é ótimo e coisa e tal, mas cadê a autocrítica????
Em nome da autoaprovação - reparem que ando tirando os hífens de tudo porque este raio desta nova regra ortográfica está difícil de entrar em minha cachola - as pessoas estão descambando para o ridículo.
É um tal de nego enchendo a boca para falar de um marido que dá em cima de outras, mostrando fotos de filhos como se fossem troféus, contando como são os bons em seu trabalho, falando mal dos outros como se eles fossem perfeitos.
Ando cansada. Cada vez mais cansada.
Quero conhecer alguém que tenha levado porrada, que sofra e tenha dúvidas, que não se leve tão a sério, que saiba errar para saborear melhor os acertos. E que , acima de tudo, saiba ver o mundo com benevolência.
Será que em Marte eu consigo? Não? Então me encontre no boteco mais próximo que eu vou dar atenção aos bêbados, pelo menso são mais autênticos.
Uma pitada de humildade, uma discrição na intelectualidade acima da média ou um 'fingir' não saber o quanto se é belo dão um toque bem mais sedutor e, aí sim, mais genial e irresistível.
Uma dose eventual do bom e velho "Poema em linha reta" de Pessoa não faria mal a certos seres humanos.
Culpa desses livros de auto-ajuda tamanha onda de cabotinismo . "Tem que se gostar", "tem que se amar", "tem que olhar no espelho e repetir "sou linda e todos me amam". Ah, cansei. Autoestima é ótimo e coisa e tal, mas cadê a autocrítica????
Em nome da autoaprovação - reparem que ando tirando os hífens de tudo porque este raio desta nova regra ortográfica está difícil de entrar em minha cachola - as pessoas estão descambando para o ridículo.
É um tal de nego enchendo a boca para falar de um marido que dá em cima de outras, mostrando fotos de filhos como se fossem troféus, contando como são os bons em seu trabalho, falando mal dos outros como se eles fossem perfeitos.
Ando cansada. Cada vez mais cansada.
Quero conhecer alguém que tenha levado porrada, que sofra e tenha dúvidas, que não se leve tão a sério, que saiba errar para saborear melhor os acertos. E que , acima de tudo, saiba ver o mundo com benevolência.
Será que em Marte eu consigo? Não? Então me encontre no boteco mais próximo que eu vou dar atenção aos bêbados, pelo menso são mais autênticos.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Família para quem precisa
Os humanos são os únicos mamíferos que bebem leite após a primeira infância. Outra peculiaridade desta espécie é manter a convivência com os semelhantes nascidos em um mesmo núcleo. Este hábito cultural de mantermos os laços entre pais, irmãos, tios, tias, avós, e todo mundo que tenha alguma relação co-sanguínea (não sei mais se tem hífen esta palavra) é praticamente uma obrigação.
É claro que há quem rompa com estes elos, mas seja qual for o motivo deste rompimento, a sociedade não perdoa. De uma forma ou de outra, costumamos 'condenar' quem resolveu não dirigir mais a palavra a irmãos, pai, mãe ou qualquer tipo de parente.
Conheço um número razoável de pessoas que transitam entre estados de vida pouco elevados (na verdade, uso o eufemismo 'estado de vida menos elevado' para me referir a seres humanos com desvio de caráter) e, certamente, esses humanos menos evoluídos são filhos de alguém, podem ter irmãos e até filhos. Será que eu condenaria o filho, mãe ou irmão de alguém pelo qual nutro pouca simpatia, caso viesse a saber que romperam os laços de convivência com ele? Pois é...Somos bons em julgar, nem tão bons em compreender.
Li recentemente uma matéria na revista 'Marie Claire' brasileira sobre relações tóxicas. A reportagem defendia que deveríamos escolher com quem conviver assim como nos preocupamos em escolher o que comemos, o que usamos na pele, etc..etc.. Posso afirmar que nem sempre a família é o meio mais saudável de se estar a maior parte do tempo (vide casos como de Isabela Nardoni ou do maluco austríaco que teve um pregada de filhos coma filha mais velha, escondendo-a em um porão, sob a conivência de uma mãe desnaturada). Muitas vezes, é preciso radicalizar mesmo, romper a convivência para nos libertarmos da culpa, do medo, da eterna obrigação de agradar, da crítica em excesso. E, em casos extremos como os citados nos parênteses, até para salvar a vida é preciso romper definitivamente com a família.
Cada um de nós sabe onde o calo familiar aperta. Muitas vezes, basta deixarmos de morar com parentes para dar uma aliviada. Outras vezes, é preciso dar um tempo e sumir, talvez passar uma temporada fora da cidade ou do país. Outras vezes, sentimos que é melhor arrancarmos de vez alguém de nossas vidas. Dói pacas, mas temos que parar com a mania de achar que algumas relações são sagradas.
Nada do que é sagrado pode ser tóxico.
E se nos faz mal, temos que descartar, nem que seja para ver que o problema era conosco...
Por isso, talvez, os amigos são considerados a família que a gente escolhe. Há casos muito frequentes de amizades superiores em qualidade de convivência quando comparada à família.
Você já refletiu sobre isso alguma vez ou somente eu sinto isso?
É claro que há quem rompa com estes elos, mas seja qual for o motivo deste rompimento, a sociedade não perdoa. De uma forma ou de outra, costumamos 'condenar' quem resolveu não dirigir mais a palavra a irmãos, pai, mãe ou qualquer tipo de parente.
Conheço um número razoável de pessoas que transitam entre estados de vida pouco elevados (na verdade, uso o eufemismo 'estado de vida menos elevado' para me referir a seres humanos com desvio de caráter) e, certamente, esses humanos menos evoluídos são filhos de alguém, podem ter irmãos e até filhos. Será que eu condenaria o filho, mãe ou irmão de alguém pelo qual nutro pouca simpatia, caso viesse a saber que romperam os laços de convivência com ele? Pois é...Somos bons em julgar, nem tão bons em compreender.
Li recentemente uma matéria na revista 'Marie Claire' brasileira sobre relações tóxicas. A reportagem defendia que deveríamos escolher com quem conviver assim como nos preocupamos em escolher o que comemos, o que usamos na pele, etc..etc.. Posso afirmar que nem sempre a família é o meio mais saudável de se estar a maior parte do tempo (vide casos como de Isabela Nardoni ou do maluco austríaco que teve um pregada de filhos coma filha mais velha, escondendo-a em um porão, sob a conivência de uma mãe desnaturada). Muitas vezes, é preciso radicalizar mesmo, romper a convivência para nos libertarmos da culpa, do medo, da eterna obrigação de agradar, da crítica em excesso. E, em casos extremos como os citados nos parênteses, até para salvar a vida é preciso romper definitivamente com a família.
Cada um de nós sabe onde o calo familiar aperta. Muitas vezes, basta deixarmos de morar com parentes para dar uma aliviada. Outras vezes, é preciso dar um tempo e sumir, talvez passar uma temporada fora da cidade ou do país. Outras vezes, sentimos que é melhor arrancarmos de vez alguém de nossas vidas. Dói pacas, mas temos que parar com a mania de achar que algumas relações são sagradas.
Nada do que é sagrado pode ser tóxico.
E se nos faz mal, temos que descartar, nem que seja para ver que o problema era conosco...
Por isso, talvez, os amigos são considerados a família que a gente escolhe. Há casos muito frequentes de amizades superiores em qualidade de convivência quando comparada à família.
Você já refletiu sobre isso alguma vez ou somente eu sinto isso?
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Jodha Akbar

Uma das melhores experiências já vividas por mim foi no último dia 16 de fevereiro de 2008. Era o 'Valentine's Day', o famoso 'Dia dos Namorados' do hemisfério norte e advinhem onde euzinha estava? Em Londres, muito bem acompanhada.
Pois bem, minha comemoração de 'Valentine's Day' teve um episódio bem original: uma ida ao cinema, em um bairro tipicamente habitado por indianos, para ver um clássico de 'Bolywood': o épico "Jodha Akbar". No elenco, a graciosa, linda e adorada por 11 em cada 10 indianos, Aishwarya Rai . Seu par, Hritik Roshan, não perde em nada para nenhum galã de Holywood. Trata-se de um moreno de olhos verdes de causar hiperventilação à mais desinteressada das mulheres. Aliás, apenas um parêntese: se já é moreno, já tem 1,90m, já é másculo, pra que a natureza dá olhos verdes, meus deuses do Universo!!!! ??? Assim a gente não chega aos 110 anos...
Bem, pegando de volta o caminho da Índia, aquele evento em terras estrangeiras me fez refletir. Talvez o Brasil, ou pelo menos o Rio de Janeiro, seja um dos poucos lugares no mundo ocidental ainda sem grandes comunidads indianas. No resto do mundo, o povo ocupa tradicional lugar na horda de imigrantes que se enraizaram em um espaço diferente, influenciando e sendo influenciados na nova pátria. O cinema estava lotado e eu era a única mulher de pele branca e cabelo curto. Ao meu redor, parecia que o filme já estava rodando: muito sari, muito ouro, muito piercing e tatuagem. Isso mesmo nas mulheres acima de 60 anos. Os homens todos muito elegantes. Afinal, era 'Valentine´s Day' e dia de fazer bonito com a patroa (a cada viagem que faço reafirmo a existência de coisas universais..)
Pois bem. Agora a Índia chegou a uma novela brasileira. E cá estou eu a defender Glória Perez. Primeiro porque tenho ouvido muita gente dizer que nem Márcio Garcia e tampouco Juliana Paes, os protagonistas da atual novela das oito, têm cara de indianos. As estrelas de 'Jodha Akbar', no entanto, lembram bastante os atores brasileiros. Depois, a gente tava precisando de cores alegres, músicas contagiantes e uma história e amor permeada pelas insinuações e situações de conflito amoroso, fadadas a só dar certo no último capítulo. Além de ficar sabendo um pouqinho mais sobre esse país ainda tão distante para nós brasileiros.
O filme que assisti em Londres durou quatro horas e só na última cena, que vocês poderão assistir no link abaixo, o casal finalmente se entende. Infelizmente não achei com legenda em inglês, como assiti na capital britânica. Mas deixe-se levar pelo clima. Muita sensualidade e sedução, sem acontecer nem um único e famigerado beijo na boca, daqueles aos quais acostumamo-nos desde 'A Um passo da Eternidade'. E nem precisa...
Eu voltei
Passei todo o mês de janeiro com problemas de conexão e estou de volta.
Eu tenho tanto para lhes falar, mas somente em um único post não sei dizer...
Vamos começar a bateria de posts na tentativa de tirar o atraso
Eu tenho tanto para lhes falar, mas somente em um único post não sei dizer...
Vamos começar a bateria de posts na tentativa de tirar o atraso
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