segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Salve, lindo pendão da esperança.

Hoje é dia da Bandeira.
Deve fazer apenas uns 10 anos desde que o nós brasileiros passamos a ter um pouco mais de orgulho de nossa flâmula verde, amarela, azul e branca. De uns tempos para cá, passamos a exibí-la com mais freqüência e não apenas durante os jogos da Seleção de futebol. Atualmente é possível ver broches, bolsas, cangas de praia, camisetas de marca e algumas outras indumentárias circulando com todo o tipo de gente, pelas ruas das cidades Brasil afora.
Sempre acreditei que cultuar o patriotismo era o primeiro passo para tirar o Brasil dessa espécie de "orgulho às avessas", como cunhou o célebre Nelson Rodrigues. A partir do momento que deixássemos de dar foco somente às mazelas, passaríamos mais rápido ao caminho que leva à ordem a ao progresso de uma nação. O meu otimismo – olha o otimismo aí de novo, continuo devendo a postagem sobre o tema – ululava ao passar em frente às vitrines do Gilson Martins e ver a profusão de bolsas e acessórios, todos sempre em alusão à pátria, ou mesmo ao ver os chinelinhos Havaianas, tão bonitinhos com as bendeirinhas brasileiras.
Mas aí, a realidade me puxa de volta. Há milhares de brasileiros privilegiados, usufruindo de mordomias absurdas em cargos públicos. Matéria espec8ial do jornal O Globo, que começou na edição de ontem. Não chega a ser corrupção, e para mim isso é o pior. São, digamos, "direitos" que alguns cargos de confiança do serviço público oferecem. Estes direitos, pagos com o dinheiro do contribuinte, vão desde enxoval da casa – com copos de cristal e fio de ouro – até auxílio moradia no valor de R$ 3 mil reais. Além de carros de luxo, blindados , é claro. O mais triste para mim foi ver que as estatísticas indicam que a mordomia de alastrou de 2002 até 2007, ou seja, o governo mais de esquerda, que se vendeu como o mais próximo do povo, foi o que mais abriu a guarda para este tipo de regalia constitucionalizada.
Acho isso uma tremenda bandeira do atual governo. Falta, ao me ver, patriotismo aos ocupantes destes cargos. Eles deveriam ser os primeiros a dar exemplo de austeridade.

Tento vencer a tristeza com o que há de bom por aqui. Despeço-me com alguns versos de Olavo Bilac, autor do Hino à Bandeira, junto com Francisco Braga.

"Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!"

2 comentários:

Unknown disse...

É mesmo...houve um tempo em que nossos alunos cantavam, por imposição, nas escolas os Hinos Nacional e da Bandeira.Formados e compenetrados...Era o tempo da ditadura militar... Hoje,percebo que , mesmo naquele tempo,ainda tínhamos esperança, esperávamos alguma mudança.
Agora,nessa "democracia fajuta "sinto que nada nos resta... Percebeu como viajo em cada um dos seus temas? Muito bom!!! Estou adorando!!!

Lavínea Fernandes disse...

Realmente Hino à Bandeira é coisa de escola. Nem sei se ainda é.
Só sei que seu texto me fez pensar e acabei escrevendo sobre seu post no meu blog.
Indico sua página lá.
Não sei é breguice hoje em dia, mas ADORO esse hino.