terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Campo de Santana II

Essa é para quem gosta de bichos.

A chuva no Rio passou. Um sol de verão, acompanhado de um calor senegalês, apareceu com vontade de ficar. Ontem fazia 30 graus já às 8 horas da manhã, quando na verdade eram 7 horas, já que estamos em horário de verão.

Mais um dia de trabalho. O ônibus onde estou pára em frente ao Campo de Santana, como usualmente faz. Avisto um gato, daqueles bem gordos e peludos, a apalpar com as patas uma página de jornal perdida na grama do parque. Ao lado do gato, uma cotia. Os dois estavam embaixo de uma árvore, curtindo uma sombra.

Viajei naquele enredo. O gato deveria estar compartilhando com a cotia alguma notícia que o tenha espantado. A cotia, por sua vez, fazia seus comentários a respeito. Como sou uma leitora compulsiva de jornal e vivo a lembrar de amigos queridos quando leio algumas notícias, tenho este hábito de compratilhar artigos, notícias e notas que saem na mídia. Estes amigos, por sua vez, fazem o mesmo. E assim vamos nos realimentando de informações neste mundo de velocidade máxima em termos de conhecimento.

Uma vez li que o genial Walt Disney inspirava-se na natureza para realizar seus desenhos animados. Observar a fauna e a flora ao seu redor era garantia de cenas maravilhosas, como a de dois cães latindo por baixo de um portão ao passar um transeunte distraído, em um dos filmes que infelizmente não lembro qual (talvez "A dama e o vagabundo" ou então "Aristogatas"). Só sei que o pobre cidadão morre de susto com os latidos. Depois que o assustado cidadão passa, os cães caem na gargalhada e comentam como se divertiram...

Fico pensando: quem nunca passou por um portão e recebeu como prêmio latidos ferozes de algum cão? Disney identificou, talvez, a essência dos bichos. Via que aqueles atos tinham uma humanidade ímpar. O único sentido para essa mania que cães têm de latir para alguém que sequer estão vendo só pode ser por pura diversão...

Não sou o Walt Disney, mas adoro observar os bichos. Para a conversa entre o gato e a cotia, eu só queria estar munida de uma câmara. Poderia registrar o momento pitoresco dos bichinhos do Campo de Santana.

Infelizmente meu celular é jurássico e não saio com a câmara digital na bolsa...tenho mesmo muito o que aprender com a Cora Rónai...

Um comentário:

Lavínea Fernandes disse...

Querida, Cora Rónai GANHA milhares de celulares e câmeras. Aí, fica fácil, né?
Quero só ver o que vc vai escrever sobre minha esculhambação nos príncipes encantados capengas de hoje em dia.
Aguardo. hehehe!
Beijos