quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Tambor

Só pelo nome do enredo - Tambor - a Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro já mereceria o título de campeã do Carnaval de 2009.
Não sei se é claro aos não-cariocas, mas aqui no Rio acostumamo-nos a títulos de enredo de escolas de samba do tipo "A noite em que a rainha de Sabá encontrou Zumbi dos Palmares debaixo de um céu estrelado na paraia de Cucumã, ao pé do morro do Alemão, com a benção da Deusa Ísis, a mãe egípicia de Ogum".

Pois é, como disse Leonardo DaVinci "A simplicidade é a sofisticação máxima". O carnavalesco Renato Lage simplesmente arrasou. Para quem não sabe, Lage já foi campeão com muitos enredos simples e criativos na Mocidade Independente de Padre Miguel, inclusive com um sobre a água, que a Beija-flor meio que fez uma, digamos, 'releitura' este ano, com o enredo sobre o banho.

Foi lindo meu Salgueiro na avenida.
Agora dá licença que vou gritar um berro guardado há 15 anos:

É CAMPEÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Filosofia de boteco

Não há nada mais insuportável do que um homem que se ache genial ou do que uma mulher que se ache irresistível. Ou vice-versa.

Uma pitada de humildade, uma discrição na intelectualidade acima da média ou um 'fingir' não saber o quanto se é belo dão um toque bem mais sedutor e, aí sim, mais genial e irresistível.

Uma dose eventual do bom e velho "Poema em linha reta" de Pessoa não faria mal a certos seres humanos.

Culpa desses livros de auto-ajuda tamanha onda de cabotinismo . "Tem que se gostar", "tem que se amar", "tem que olhar no espelho e repetir "sou linda e todos me amam". Ah, cansei. Autoestima é ótimo e coisa e tal, mas cadê a autocrítica????

Em nome da autoaprovação - reparem que ando tirando os hífens de tudo porque este raio desta nova regra ortográfica está difícil de entrar em minha cachola - as pessoas estão descambando para o ridículo.

É um tal de nego enchendo a boca para falar de um marido que dá em cima de outras, mostrando fotos de filhos como se fossem troféus, contando como são os bons em seu trabalho, falando mal dos outros como se eles fossem perfeitos.

Ando cansada. Cada vez mais cansada.

Quero conhecer alguém que tenha levado porrada, que sofra e tenha dúvidas, que não se leve tão a sério, que saiba errar para saborear melhor os acertos. E que , acima de tudo, saiba ver o mundo com benevolência.

Será que em Marte eu consigo? Não? Então me encontre no boteco mais próximo que eu vou dar atenção aos bêbados, pelo menso são mais autênticos.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Família para quem precisa

Os humanos são os únicos mamíferos que bebem leite após a primeira infância. Outra peculiaridade desta espécie é manter a convivência com os semelhantes nascidos em um mesmo núcleo. Este hábito cultural de mantermos os laços entre pais, irmãos, tios, tias, avós, e todo mundo que tenha alguma relação co-sanguínea (não sei mais se tem hífen esta palavra) é praticamente uma obrigação.
É claro que há quem rompa com estes elos, mas seja qual for o motivo deste rompimento, a sociedade não perdoa. De uma forma ou de outra, costumamos 'condenar' quem resolveu não dirigir mais a palavra a irmãos, pai, mãe ou qualquer tipo de parente.

Conheço um número razoável de pessoas que transitam entre estados de vida pouco elevados (na verdade, uso o eufemismo 'estado de vida menos elevado' para me referir a seres humanos com desvio de caráter) e, certamente, esses humanos menos evoluídos são filhos de alguém, podem ter irmãos e até filhos. Será que eu condenaria o filho, mãe ou irmão de alguém pelo qual nutro pouca simpatia, caso viesse a saber que romperam os laços de convivência com ele? Pois é...Somos bons em julgar, nem tão bons em compreender.

Li recentemente uma matéria na revista 'Marie Claire' brasileira sobre relações tóxicas. A reportagem defendia que deveríamos escolher com quem conviver assim como nos preocupamos em escolher o que comemos, o que usamos na pele, etc..etc.. Posso afirmar que nem sempre a família é o meio mais saudável de se estar a maior parte do tempo (vide casos como de Isabela Nardoni ou do maluco austríaco que teve um pregada de filhos coma filha mais velha, escondendo-a em um porão, sob a conivência de uma mãe desnaturada). Muitas vezes, é preciso radicalizar mesmo, romper a convivência para nos libertarmos da culpa, do medo, da eterna obrigação de agradar, da crítica em excesso. E, em casos extremos como os citados nos parênteses, até para salvar a vida é preciso romper definitivamente com a família.

Cada um de nós sabe onde o calo familiar aperta. Muitas vezes, basta deixarmos de morar com parentes para dar uma aliviada. Outras vezes, é preciso dar um tempo e sumir, talvez passar uma temporada fora da cidade ou do país. Outras vezes, sentimos que é melhor arrancarmos de vez alguém de nossas vidas. Dói pacas, mas temos que parar com a mania de achar que algumas relações são sagradas.
Nada do que é sagrado pode ser tóxico.
E se nos faz mal, temos que descartar, nem que seja para ver que o problema era conosco...

Por isso, talvez, os amigos são considerados a família que a gente escolhe. Há casos muito frequentes de amizades superiores em qualidade de convivência quando comparada à família.

Você já refletiu sobre isso alguma vez ou somente eu sinto isso?

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Jodha Akbar


Uma das melhores experiências já vividas por mim foi no último dia 16 de fevereiro de 2008. Era o 'Valentine's Day', o famoso 'Dia dos Namorados' do hemisfério norte e advinhem onde euzinha estava? Em Londres, muito bem acompanhada.
Pois bem, minha comemoração de 'Valentine's Day' teve um episódio bem original: uma ida ao cinema, em um bairro tipicamente habitado por indianos, para ver um clássico de 'Bolywood': o épico "Jodha Akbar". No elenco, a graciosa, linda e adorada por 11 em cada 10 indianos, Aishwarya Rai . Seu par, Hritik Roshan, não perde em nada para nenhum galã de Holywood. Trata-se de um moreno de olhos verdes de causar hiperventilação à mais desinteressada das mulheres. Aliás, apenas um parêntese: se já é moreno, já tem 1,90m, já é másculo, pra que a natureza dá olhos verdes, meus deuses do Universo!!!! ??? Assim a gente não chega aos 110 anos...


Bem, pegando de volta o caminho da Índia, aquele evento em terras estrangeiras me fez refletir. Talvez o Brasil, ou pelo menos o Rio de Janeiro, seja um dos poucos lugares no mundo ocidental ainda sem grandes comunidads indianas. No resto do mundo, o povo ocupa tradicional lugar na horda de imigrantes que se enraizaram em um espaço diferente, influenciando e sendo influenciados na nova pátria. O cinema estava lotado e eu era a única mulher de pele branca e cabelo curto. Ao meu redor, parecia que o filme já estava rodando: muito sari, muito ouro, muito piercing e tatuagem. Isso mesmo nas mulheres acima de 60 anos. Os homens todos muito elegantes. Afinal, era 'Valentine´s Day' e dia de fazer bonito com a patroa (a cada viagem que faço reafirmo a existência de coisas universais..)

Pois bem. Agora a Índia chegou a uma novela brasileira. E cá estou eu a defender Glória Perez. Primeiro porque tenho ouvido muita gente dizer que nem Márcio Garcia e tampouco Juliana Paes, os protagonistas da atual novela das oito, têm cara de indianos. As estrelas de 'Jodha Akbar', no entanto, lembram bastante os atores brasileiros. Depois, a gente tava precisando de cores alegres, músicas contagiantes e uma história e amor permeada pelas insinuações e situações de conflito amoroso, fadadas a só dar certo no último capítulo. Além de ficar sabendo um pouqinho mais sobre esse país ainda tão distante para nós brasileiros.
O filme que assisti em Londres durou quatro horas e só na última cena, que vocês poderão assistir no link abaixo, o casal finalmente se entende. Infelizmente não achei com legenda em inglês, como assiti na capital britânica. Mas deixe-se levar pelo clima. Muita sensualidade e sedução, sem acontecer nem um único e famigerado beijo na boca, daqueles aos quais acostumamo-nos desde 'A Um passo da Eternidade'. E nem precisa...


Eu voltei

Passei todo o mês de janeiro com problemas de conexão e estou de volta.
Eu tenho tanto para lhes falar, mas somente em um único post não sei dizer...

Vamos começar a bateria de posts na tentativa de tirar o atraso