quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tempo Seco

A regiãob sudeste do Brasil vem sofrendo neste inverno, em função da umidade relativa do ar abaixo da média normal.
Nossa pele, aparelho respitratório e disposição podem ser seriamente afetados pela estiagem prolongada.
Só fiquei surpresa em saber que os bichinhos também sofrem. O gatinho aí abaixo foi parar no hospital, em São Paulo, com problemas respiratórios causados pelo tempo seco.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Meu primeiro amor



O ano era 1984. Eu e minha irmã éramos duas adolescentes de 14 e 16 anos, respectivamente. Para mim, seria a primeira vez, para minha irmã, talvez a segunda ou terceira. Era o dia de apresentar meu primero namorado aos meus pais.
Quando os dois chegaram lá em casa, lembro-me bem da cara de surpresa de minha mãe. No 'alto' de seu 1,50 metro, mamãe precisou se esticar toda, enquanto os meninos se envergavam. Os rapazaes eram amigos, ambos jogadores de basquete do Mackenzie, clube do Méier, que , na época, tinha a base da seleção brasileira juvenil e acabou exportando atletas para diversos clubes grandes, como Flamengo, Fluminense, Hebraica e Monte Líbano. Minha mãe adorou os dois. Achou-os educadíssimos e muito bonitos.
Meu pai nem tanto. Ficou sisudo o tempo todo e o auge foi quando minha mãe fez uma gracinha ao servir mate gelado na hora do lanche "Podem ficar tranquilos que o que falam sobre o mate é mentira". Para quem não sabe, a gostosa e refrescante bebida tipicamente carioca já teve fama de ser broxante. Meu pai arregalou os olhos e brigou com minha mãe nos bastidores, pois achou um absurdo ela fazer essa brincadeira com os namorados de suas filhas...até hoje morremos de rir ao lembrar desse episódio.
Eu estava apaixoanda. Zé Luiz era tudo de bom: apesar de ser um menino de 17 anos, já tinha uma postura de homem sério, educadíssimo, cavalheiro e mega-inteligente. Lembro-me de ficarmos horas conversando, entre as pausas dos longos beijos . Naquela época, namorados desta idade só se beijavam e se abraçavam. Abraços apertados e intensos, mas apenas abraços. Além de tudo era saudável, atleta, um sonho.
Ele tinha 1,94 de altura, corpo perfeito, sorriso de comercial de pasta de dente e um olhar doce e intenso ao mesmo tempo, mas nem de longe se dava conta do seu potencial. Era modesto e até tinha um ar de patinho feio, motivado, talvez, pelo fato de os demais meninos, os jogadores do clube, serem, em maioria, dotados daquela beleza fácil: olhos verdes, cabelos louros, etc..etc... O Zé, não. Poderia até ter passado despercebido por todo mundo, se eu não o tivesse descoberto no meio de tantos rapazes, tão mais dentro dos padrões vigentes.
Lembro-me de ter ido assistir a um jogo de basquete no clube perto de casa, levada por algumas amigas que já paqueravam meninos do time. Eu me sentei calmamente na arquibancada e fiquei prestando atenção no jogo, pois sempre fora ligada em esporte. Em determinado momento, um adversário tentou segurar a camisa de um dos jogadores do time da casa, rasgando o uniforme dele. O juiz não viu e eu fiquei revoltadíssima com aquilo.
Mas a postura dele foi incrível: dirigiu-se ao juiz com serenidade, mostrou o rasgo e depois disso, não deu mais ninguém em quadra. O moleque, como que tomado por uma sede de vingança, canalizou toda a injustiça do juiz em cestas, cestas e mais cestas. Eu ficara hipnotizada. Era apenas uma menina inexperiente, nunca tinha namorado, não sabia como essas coisas começavam. Mas o instinto se mostrou mais forte, virei-me para amiga ao meu lado e perguntei:" Quem é o menino da camisa rasgada?" Ela me disse: "Ah, é o Zé Luiz".Eu mandei de pronto: "Nossa. Ele é demais!". A amiga espantada ainda comentou: "Mas o Zé? Nunca poderia imaginar".
Rapidamente, a rede de relacionamentos tratou de fazer meu comentário chegar a seus ouvidos. Fomos apresentados pelo namorado da minha irmã, também jogador do mesmo time. Depois do treino daquele dia, haveria 'baile' no clube. Ficamos conversando na escada da quadra, ouvindo as músicas de dentro do salão. Quando começou a tocar uma música lenta, lembro-me até hoje, "Ebony Eyes", do Rick James, nos beijamos e não nos desgrudamos por três anos.

Ele foi jogar no Monte Líbano em São Paulo, depois voltou para o Rio, foi para o Flamengo, fez eu consolidar minha paixão pelo rubro-negro, depois foi jogar em Queluz, Portugal, qaundo, então, o namoro acabou. Guardo até hoje as inúmetras cartas trocadas em uma época na qual não existia tecnologia para aproximar as pessoas. A última vez que o vi foi em 1996. Eu fazia natação no Flamengo e ele chegava para o treino, pois voltara a jogar lá. Nos abraçamos, foi emocionante, chegamos a combinar de nos vermos no dia seguinte. Mas eu não o vi mais. Depois fiquei sabendo que ele se casou e teve um monte de filhos, três ou quatro, eu acho.
Toda essa história foi porque sonhei com ele ontem. No sonho, ele aparecia na minha casa, igualzinho a primeira vez. O engraçado do sonho é que os 'personagens' estavam atualizados: minha mãe o que é hoje, eu e minha irmã também e tanto ele como o então namorado da minha irmã na ocasião estavam coroas, de cabelos brancos e até bem diferentes fisicamente, mas todos com a mesma essência daquele primeiro encontro que deixara todos felizes.
Procurei-o no Google. Poucas informações, apenas agora sei que ele é um dos 10 cestinhas do campeonato de basquete sênior de São Paulo, além de ser o 327º melhor jogador no ranking da Confederação Brasileira de Basquete (CBB).


Tirei do baú toda uma história por causa de um sonho com alguém que andava bem longe do plano consciente.
Fiquei pensando no porquê de ter sonhado com ele.
Teria sido para lembrar o quanto é gostoso viver um amor quando a gente ainda não tá calejado pelas decepções? Para lembrar de como era bom quando o medo ainda não funcionava como antídoto contra as possibilidades de ser feliz ao lado de alguém legal?
Foi bom lembrar dessas sensações e devo agradecer pela lembrança. Meu primeiro contato com essa crazy little thing called love foi com o Zé Luís. Daí por diante, virei uma mulher muito exigente na escolha de quem vai ficar a meu lado.
O lado ruim desse padrão alto é porque acaba prolongando o tempo de entressafra, entre um amor e outro.
A parte boa, no entanto, compensa: devo a essa primeira boa experiência o fato de optar por ter uma vida amorosa mais qualitativa, em vez de quantitativa.



domingo, 27 de julho de 2008

Os aplausos de Zélia Gattai

Em dezembro de 2007 eu trabalhei como freelancer para a revista Época. O trabalho consistia em colher depoimentos de gente ilustre a respeito de outros ilustres, os quais despontariam em uma lista (olha a mais uma lista aí gente!) das 100 pessoas mais infuentes do Brasil.

Por conta desse trabalho, e sem nenhuma pretensão, creio ter sido a última jornalista com quem Zélia Gattai falou antes de sua libertação espiritual - eufemismo usado por um amigo espírita para definir morte - , em maio de 2008.

Liguei para ela a fim de conseguir umas palavras sobre Paulo Coelho, um dos eleitos para a lista das 100 pessoas mais influente do ano. Eu já estava desesperada, pois consegir alguém para falar do Paulo não estava sendo tarefa fácil. Já havia conseguido quase trinta outros depoimentos, de gente famosa e ocupad,a como Carlos Alberto Parreira, que me atendeu da África do Sul e falou gentilmente sobre o jogador Kaká. O ministro Gilberto Gil me atendeu de pronto e não se esquivou em dar seu depoimento sobre a coterrânea Ivete Sangalo. O campeão olímpico Giba me atendeu da França e discorreu sobre suas impressões a respeito do técnico da seleção brasileira de voleibol, Bernardinho.

E tantas e tantas outras 'celebridades' de todas as áreas do País foram falando comigo, sem maiores impedimentos.

Mas sobre o Paulo Coelho, tentei cinco fontes. Sem sucesso. Uns não retornavam minhas ligações, outros diziam simplesmente não se sentirem à vontade para falar dele.
Quando finalmente cheguei até a Zélia, senti um certo alívio, misturado, confesso, com um certo sentimento de desconforto. A escritora acabara de receber alta no hospital e estava em casa, ainda entubada e sob fortes exigência de repouso pelos médicos. Mesmo assim, fez lá seu depoimento sobre Paulo Coelho. O texto acabou não sendo aproveitado pela revista, pois ficou muito curto.

A parte mais rica da pequena entrevista, no entanto, foi já no finalzinho. Ao concluir suas impressões acerca do Mago, Zélia Gattai indagou-me: " E o João Ubaldo? Não está nessa lista?". Por frações de segundo, emudeci. E agora? Qual seria a explicação plausível para justificar a ausência do autor de "Viva o povo brasileiro", uma das maiores obras-primas da literatura nacional.

Puxei da memória minha expreriência pregressa em atendimento de call center - onde se aprende que dá para explicar qualquer coisa sem sentido usando eufemismos e digressões - e iniciei uma tentativa de esclarecer à viúva de Jorge Amado que infelizmente não, pelo menos da lista prévia a qual eu tivera acesso, Ubaldo não aparecia. Contei-lhe que tratava-se de uma escolha democrática, na qual várias pessoas votaram nos nomes que estariam naquela edição, inclusive leitores, por isso alguns grandes e renomados autore ficaram de fora.

Ela não se convenceu. "Eu queria mesmo era falar sobre o João Ubaldo, para mim o maior escritor brasileiro, depois do Jorge ( Amado.) Ele deveria estar nessa lista".

Em seguida se despediu de mim, pois não poderia ficar falando mais, em função de seu estado de saúde delicado.

João Ubaldo Ribeiro foi aclamado ontem com o maior prêmio dedicado a escritores da língua portuguesa, o prêmio Camões.

De onde Zélia estiver, deve estar aplaudindo de pé.

Em tempo: o depoimento sobre o Paulo Coelho foi salvo pelo jornalsita e escritor Fernando Morais. Na ocasião, Morais escrevia a biografia do imortal. Sugeri ao editor , aos 45 do segundo tempo, e tudo deu certo. Se quiser, veja no link, onde também poderão ser encontrados todos os outros depoimentos.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Listas

Todo mundo faz as suas e o assunto é até batido, mas sempre rende.
Rendeu um programa de TV, o Happy Hour, do canal GNT e eu aproveitei o dia de licença em casa para assistir.

E, assim como acontece com o bocejo, basta alguém falar em lista para contagiar todos ao redor.

Sem a menor pretensão de falar sobre algo original, deu apenas uma vontade danada de fazer alguma lista. Como não sabia do que fazer, fiz uma lista das listas que gostaria de fazer, mas o tempo e a preguiça me impediram até o momento.

A seguir, a lista das 10 listas para serem feitas algum dia.

1) Lista das melhores frases ditas no mundo;
2) Lista dos melhores beijos - que já dei;
3) Lista dos melhore beijos - do cinema;
4) Lista dos livros que mais gostei;
5) Lista dos livros que não consegui terminar;
6) Lista dos meus pratos preferidos;
7) Lista dos jogadores de futebol mais bonitos do mundo;
8) Lista dos lugares que gostaria de voltar;
9) Lista dos lugares que gostaria de conhecer antes de morrer;
10) Lista das prioridades da vida.

E você? Quais as listas que gostaria de fazer?

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ode aos homens

Às vezes me pergunto porque gosto tanto dos homens. E não estou falando apenas da parte sexual. Refiro-me a todo o pacote que engloba a essência da masculinidade.

Gosto dos homens e os admiro.

A força física é invejável. Abrem potes de azeitonas sem fazer caretas, conseguem carregar suas mulheres no colo como se levantassem um travesseiro de plumas e têm habilidade para desaparafusar o pneu na hora de trocá-lo. (OK, ok, hoje em dia chama-se o seguro para a troca dos pneus, mas alguma vez, por acaso, apareceu uma mecânica mulher para algum de vocês?).

A objetividade dos homens também é bacana. Nós mulheres temos a visão periférica mais avançada e isso muitas vezes descamba para o caminho da dispersão. Adoro ver um menino começar e terminar uma tarefa com concentração e sem delírios.

A simplicidade dos gostos é outro ponto crucial para admirá-los. Em geral, os homens só mudam o preço dos brinquedos, pois continuam a gostar de carro, bola, luta desde a tenra idade até o fim da vida.

É geralmente muito simples agradar um homem:cafuné, liberdade,um pouco de mistério e um corpo e cabelos cheirosos podem transformá-los em criaturas doces, tenras e apaixonadas. Toda mulher inteligente sabe disso e por isso não briga se eles querem 'brincar' de vez em quando com o carro, a bola ou de luta.

Não sei se a explicação está na falta dessa enxurrada de hormôniso mensais, típica das mulheres, mas o fato é que um homem bem humorado é como um semi-deus, nos faz rir e virar os olhinhos. Se vier com cultura e educação e sorriso bonito então, ahhhhhhhh ...meus sais, please!

Lamento que atualmente tenha lido, ouvido e visto algumas mulheres desenvolvendo teorias absurdas sobre os homens. Esquecem que, se eles são safados, é porque também há mulheres, carentes ou equivocadas mesmo, que dão chance, saindo com homens casados, sendo competitivas com as pares do mesmo sexo ou permissivas, por manterem a relação falida só pela ilusão de ter um homem para chamar de seu.

E antes que venham os tomates: obviamente entendo as particularidades das relações. Gente mau-caráter existe de todos os sexos, cores e sabores. E nem tudo é o que parece.

Minha tese sobre os homens é de ordem genérica, segue apenas as peculiaridades comuns ao gênero. E a minha vivência e experiência.

Tive a sorte de ter um pai macho à beça e um irmão da mesma estirpe. E mesmo assim, ambos carinhosos e apreciadores também do mundo das mulheres.

Aprendi desde cedo a admirar o mundo dos homens e a entender a importância da admiração mútua entre o masculino e feminino.

Aliás, talvez pela influência paterna, gosto mesmo é de homem que curte futebol, que assiste aos programas de mesa-redonda no final de domingo, que joga pelada com amigos, que leva meu carro na oficina, que carrega as compras, que sabe o nome dos principais campeões de atletismo, judô, ultimate fighting, boxe, ou que acorda cedo para assistir à corrida de Fórmula 1. E , claro, que me agarra por trás na cozinha enquanto estou à beira do fogão ou lavando a louça. Ou que arranca o livro que estou lendo na cama antes de dormir, só para me dar um beijo de novela. (Ihhhh, assumi meu lado submissa. Agora os tomates virão com força total...)

As boas relações entre os sexos, em geral, são aquelas que acontecem entre um homem que gosta de mulher - em todos os sentidos - e vice-versa.

terça-feira, 22 de julho de 2008

As mais populares

Conversando hoje com a amiga dos tempos de ensino fundamental (eu ía falar primário e ginásio, mas aí vocês descobririam minha idade) lembramos de um fato marcante na vida de uma menina:eu, ela e mais duas amigas éramos as mais populares da escola.

Até pensei em botar a foto scaneada no blog, mas aí ninguém iria acreditar. Não por nós, que éramos mesmo bem bonitas, mas pela moda da época: muita ombreira, muito cabelo estilo Farra Fawcett e muita roupa fluorescente. Anos 80, babies.

Bem, mas na última reunião da turma, motivada pelo fato de boa parte dos colegas ter se reencontrado pelo Orkut, um dos 'meninos' da época, agora um homem, pai de família, mandou: "Com vocês quatro, não tinha para ninguém. A gente, pirralho ainda, babava por vocês que só tinham olhos para os garotos de duas turmas acima".

O colega não se fez de rogado e discorreu seriamente sobre o tema. Eu e minhas outras três amigas não éramos apenas meninas formosas, continuou o amigo: éramos simpáticas, capazes de ajudar no trabalho da 'patinho- feio' da turma. De dar atenção ao nerd ou ao freak da vez. Tínhamos ética, não humilhávamos ninguém e respeitávamos professores, inspetores e todo o corpo de supervisores disciplinares. Realmente conseguíamos tudo no charme, no diálogo, na negociação. Sabíamos fazer bagunça na hora certa, mas éramos inteligentes e estudiosas, o que nos fazia também queridinhas da maior parte dos professores, de ambos os gêneros, que fique bem claro.

No esporte, fazíamos parte do time de vólei e handebol e ganhávamos das turmas mais avançadas. Na hora do futebol, íamos para arquibancada gritar o nome dos meninos da nossa turma, que embora tivessem a mesma idade, eram menos desenvolvidos - coisas da natureza - e se orgulhavam de ter as meninas mais populares da escola incentivando-os, mesmo contra o time dos nossos objetos de paquera. Fora da sala de aula, tudo bem suspirar pelos mais velhos, mas na hora de torcer, éramos fiéis aos 'nossos' meninos.

Lembro-me de nos darmos bem com toda a turma, mesmo sem desgrudarmos uma das outras. Éramos uma espécie de 'Sex and The City' mirim e suburbano.

Talvez por isso custe a entender os filmes americanos, nos quais sempre as meninas mais populares são pérfidas, gostam de derruar todo mundo, não se dão bem com ninguém e só querem saber de seu grupinho, fechadas para o meio em que estudam.

Para permanecer na memória dos colegas por mais de 20 anos é preciso ser popular, sem perder a ternura.

sábado, 19 de julho de 2008

A saudade passou por aqui

Eu poderia dar todas as desculpas do mundo: estou de licença em casa, convalecendo de uma cirurgia emergencial, cheia de pontos na barriga; chegou a hora em que nem toda a leitura, nem os filmes das sessões da tarde ou as visitas de amigos e familiares conseguem preeencher a falta de opções de lazer para quem está 'de molho'; fiquei sensibilizada demais pela perda do meu apêndice.

Não vou dar desculpa nenhuma. Apenas assumirei que meu pensamento foi longe e bateu uma saudade imensa daquele amor reencontrado no fim do ano passado/começo deste ano.
O mesmo que o vento levou e deixou mais uma cruz no meu cemitério emocional.

É claro que a saudade vem e traz de volta as boas sensações. Se ela trouxesse somente as sensações ruins, aquelas comuns a todas rupturas amorosas, não haveria problema. A questão é que a danada da saudade gosta de vir acompanhada justamente das boas lembranças, especialmente aquela, no meu entender a melhor do mundo, que é a de amar e ser correspondida.
Não há nada mais gostoso.
Ou há?
Quem souber, me conta o que é, por favor!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Para completar o quadro de insônia e saudade, vem o raio da música, cantada por Caetano, composta por Elano de Paula em parceria com Chocolate, originalmente gravada por Elizeth Cardoso.

Canção de Amor

Saudade
Torrente de paixão
Emoção diferente
Que aniquila a vida da gente
Uma dor que não sei de onde vem

Deixaste meu coração vazio
Deixaste a saudade
Ao recusares aquela amizade
Que nasceu ao chamar-te meu bem

Das cinzas do meu sonho
Um hino então componho
Sofrendo a desilusão que me invade
Canção de amor
Saudade

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quando o luxo vem sem etiqueta

Ando refletindo seriamente sobre a postura dos homens (seres humanos) na Terra.
Consumismo desenfreado, ansiedade excessiva, maus-tratos entre semelhantes, autismo emocional e desperdício de tudo: tempo, dinheiro, comida, energia, etc..etc...

Na última terça-feira, o caderno MegaZine, do jornal O Globo, trouxe uma reportagem acalentadora: jovens entre 15 e 25 anos estão fazendo sua parte - de verdade - para salvar o resquício de humanidade que ainda existe no Planeta e, conseqüentemente, ajudar a manter a Terra um lugar habitável.

É bonito ver meninas vaidosas sim, mas que não se importam com etiquetas e modismos. Fazem seu próprio estilo, reciclam roupas e compram em lojas de segunda-mão. Ou os rapazes que tomam conta dos pais, em geral os perdulários frutos da geração Yuppie dos anos 80, a fim de evitar que luzes fiquem acesas pela casa ou que a TV fique ligada sozinha.
Também é super bacana ver a moça de 25 anos, já dona de casa, que compra somente hortaliças orgânicas, que só põe no prato o que vai comer e conseguiu até conscientizar os vizinhos de seu prédio no Humaitá , Zona Sul do Rio de Janeiro, a fazerem separação de lixo, facilitando a reciclagem.

Como não acredito em coincidências, hoje a amiga querida, Sofia Artemenko, leitora destas mal tecladas linhas, mendou-me uma mensagem sobre um episódio ocorrido em Nova York. Segue na íntegra.
'Food for thot'...

Quando o luxo vem sem etiqueta...

O cara desce na estação do metrô de NY vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocarcom entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal. Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistasdo mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo,um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares. A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro,
copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Somente uma mulher reconheceu a música.... O vídeo da apresentação no metrô está no You Tube:


http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O nome do jogo

Os cadernos de economia dos jornais transformaram-se em páginas policiais desde que a operação Satiagraha foi deflagrada pela Polícia Federal.

Prometo não tecer nenhum comentário sobre a náusea causada pela série de desdobramentos desta operação e de seu principal protagonista, o DD, ou D2 ou Daniel Dantas, com o perdão da má palavra.

Mas preciso falar sobre o batismo das operações da Polícia Federal. Como disse bem a crônica de hoje do Veríssimo, em O Globo, por favor, PF, não nos decepcione!

Podem dizer que os federeais usam de pirotecnia, que fazem a 'espetacularização' do cumprimento da lei e que querem até aparecer no melhor estilo 'justiça com as próprias' mãos, mas cá entre nós, duas coisas são muito apreciadas pela população neste momento :1) ver os suspeitos de crimes de colarinho branco, como Celso Pitta e Naji Nahas, sendo algemados e 2) deliciar-se com os nomes designados pela Polícia Federal para as investigações destes crimes.

Já existe até no site oficial a relação dos nomes das operações realizadas a partir de 2003 até 2008. Clique no link e veja.

Sejamos justos: os homens e mulheres da PF, além de eficientes investigadores, têm tido um trabalhão também para exercer a criatividade. Tem de tudo na lista, desde nome de filme e livro, até de cidades e de expresssões usuais. "saia justa', "feliz ano velho", "bye, bye, brazil" são apenas alguns exemplos.

Depois da Satiagahara, temo que o nível de criatividade tenha chegado ao limite. Mas confio nos agentes da Federal.

PS: o nome do delegado da última operação da PF quase ofuscou o nome da operação...francamente....Protógenes é praticamente a idéia perfeita para batizar uma única operação

terça-feira, 15 de julho de 2008

Vovó costumava dizer...

Toda menina – ao menos as que têm ou tiveram avó – já ouviram a velha recomendação de nunca sair de casa com roupas de baixo surradas, furadas ou , como dizia Dona Carmen, vinha avozinha querida, 'calcinhas mal ajambradas'.

Obviamente, o conselho às netas não pressupunha um possível encontro amoroso fortuito, inesperadao e tórrido às quatro e meia da tarde de uma quarta-feira nublada. A ordem para estar sempre alerta com a lingerie, na concepção das avós, era, certamente, para evitar vexames em caso de passar mal na rua e ter que ser atendida às pressas em um pronto socorro.

Tenho lá minhas dúvidas se, lá no inconsciente coletivo das mães em dose dupla, não corria uma fantasia erótico-romântica de que as indefesas netinhas seriam salvas pelo médico encantado, o qual não deveria ser surpreendido com uma calcinha manchada, furada ou velha.

Quando me arrumei para sair de casa sexta-feira passada, nunca poderia imaginar que seria meu último dia com meu apêndice.

Fortes dores abdominais se intensificaram à noite e , depois do trabalho, resolvi dar uma 'esticada' no pronto-socorro da Casa de Saúde Santa Lúcia, onde aproveitei para passar o fim de semana.

Lembrei-me de minha avó quando, entre fortes dores, já deitada na maca e sendo atendida pela equipe de plantão, o médico pediu licença gentilmente para levantar meu vestido e examinar minha barriga.

"Céus!", pensei, "Que calcinha estou vestindo?", indaguei silenciosamente em meio aos espamos causados pela infecção já avançada. Suspirei aliviada ao lembrar que desde muito cedo sigo os conselhos da vovó.

Roupa de baixo 'mal ajambrada' não se usa nem para dormir.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Inútil Paisagem

Acordo às cinco da manhã com o objetivo de acompanhar meu pai. O meu vascaíno preferido será submetido a uma cirurgia. Ainda é noite no Rio de JAneiro, mas a manhã já começa a querer desvendar-se.

Em geral, nunca tenho a oportunidade de ver o sol nascer. Sendo uma pessoa totalmente da madrugada, acordo sempre bem mais tarde. Apreciar a aurora, só se eu estiver chegando em casa na hora...

Mas hoje é um dia incomum. De pé tão cedo, aproveito para dar uma olhada no despertar da manhã, que se confunde com o meu. Deparo-me com a Baía de Guanabara começando a se iluminar. Os primeiros raios de sol de uma fria manhã de inverno (para os padrões cariocas, que fique bem claro) arrebentam em feixes dourados e dão um tom alaranjado à enseada de Botafogo. O pedaço do Pão de Açúcar que avisto da janela reluz aos primeiros raios da manhã e os barquinhos ancorados no Iate Clube da cidade completam o brilho intenso da luz solar desta cidade tão...Maravilhosa...

Dou um suspiro. Caminho para a porta onde o jornal já está devidamente empurrado para dentro de casa. Penso que quero que o dia nasça faliz e que tudo corra bem no hospital.

Dou uma olhada na manchete do dia e sou tomada, de súbito, pelo pior sentimento pelo qual um ser humano pode ser acometido: desesperança.

Um menino de quatro anos incompletos morreu. Mais uma vítima da violência urbana. Menos uma vida, levada pela imcompetência e crueldade daqueles que deveriam nos dar proteção.

Na mesma hora me vem à cabeça uma canção do Tom Jobim...meus olhos marejam.

O dia está só começando...

A canção a seguir é minha homenagem ao menino João Roberto, aos seus pais e irmãozinho.

Inútil Paisagem

Composição: Tom Jobim/Aloysio de Oliveira

Mas pra que
Pra que tanto céu
Pra que tanto mar,
Pra que
De que serve esta onda que quebra
E o vento da tarde
De que serve a tarde
Inútil paisagem

Pode ser
Que não venhas mais
Que não voltes nunca mais
De que servem as flores que nascem
Pelo caminho
Se o meu caminho
Sozinho é nada
É nada
É nada