sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quando o luxo vem sem etiqueta

Ando refletindo seriamente sobre a postura dos homens (seres humanos) na Terra.
Consumismo desenfreado, ansiedade excessiva, maus-tratos entre semelhantes, autismo emocional e desperdício de tudo: tempo, dinheiro, comida, energia, etc..etc...

Na última terça-feira, o caderno MegaZine, do jornal O Globo, trouxe uma reportagem acalentadora: jovens entre 15 e 25 anos estão fazendo sua parte - de verdade - para salvar o resquício de humanidade que ainda existe no Planeta e, conseqüentemente, ajudar a manter a Terra um lugar habitável.

É bonito ver meninas vaidosas sim, mas que não se importam com etiquetas e modismos. Fazem seu próprio estilo, reciclam roupas e compram em lojas de segunda-mão. Ou os rapazes que tomam conta dos pais, em geral os perdulários frutos da geração Yuppie dos anos 80, a fim de evitar que luzes fiquem acesas pela casa ou que a TV fique ligada sozinha.
Também é super bacana ver a moça de 25 anos, já dona de casa, que compra somente hortaliças orgânicas, que só põe no prato o que vai comer e conseguiu até conscientizar os vizinhos de seu prédio no Humaitá , Zona Sul do Rio de Janeiro, a fazerem separação de lixo, facilitando a reciclagem.

Como não acredito em coincidências, hoje a amiga querida, Sofia Artemenko, leitora destas mal tecladas linhas, mendou-me uma mensagem sobre um episódio ocorrido em Nova York. Segue na íntegra.
'Food for thot'...

Quando o luxo vem sem etiqueta...

O cara desce na estação do metrô de NY vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocarcom entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal. Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistasdo mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo,um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares. A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro,
copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Somente uma mulher reconheceu a música.... O vídeo da apresentação no metrô está no You Tube:


http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw

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