terça-feira, 15 de julho de 2008

Vovó costumava dizer...

Toda menina – ao menos as que têm ou tiveram avó – já ouviram a velha recomendação de nunca sair de casa com roupas de baixo surradas, furadas ou , como dizia Dona Carmen, vinha avozinha querida, 'calcinhas mal ajambradas'.

Obviamente, o conselho às netas não pressupunha um possível encontro amoroso fortuito, inesperadao e tórrido às quatro e meia da tarde de uma quarta-feira nublada. A ordem para estar sempre alerta com a lingerie, na concepção das avós, era, certamente, para evitar vexames em caso de passar mal na rua e ter que ser atendida às pressas em um pronto socorro.

Tenho lá minhas dúvidas se, lá no inconsciente coletivo das mães em dose dupla, não corria uma fantasia erótico-romântica de que as indefesas netinhas seriam salvas pelo médico encantado, o qual não deveria ser surpreendido com uma calcinha manchada, furada ou velha.

Quando me arrumei para sair de casa sexta-feira passada, nunca poderia imaginar que seria meu último dia com meu apêndice.

Fortes dores abdominais se intensificaram à noite e , depois do trabalho, resolvi dar uma 'esticada' no pronto-socorro da Casa de Saúde Santa Lúcia, onde aproveitei para passar o fim de semana.

Lembrei-me de minha avó quando, entre fortes dores, já deitada na maca e sendo atendida pela equipe de plantão, o médico pediu licença gentilmente para levantar meu vestido e examinar minha barriga.

"Céus!", pensei, "Que calcinha estou vestindo?", indaguei silenciosamente em meio aos espamos causados pela infecção já avançada. Suspirei aliviada ao lembrar que desde muito cedo sigo os conselhos da vovó.

Roupa de baixo 'mal ajambrada' não se usa nem para dormir.

Um comentário:

Antonio Santo disse...

Sempre penso nisso tbm, mas o meu medo não é ter que tirar o apendice, mas sim ser assaltado e ter que ficar de cuecas, imagina uma cueca com o elástico frouxo e eu tendo que andar na rua, hehehe. Minha querida, um beijo e boa recuperação!