sexta-feira, 7 de março de 2008

Conversa para agradar paulista

O meu viés otimista, de ver sempre o lado bom das coisas parece que continuou de férias. A música que encerra o filme "A vida de Brian", do grupo de comediantes ingleses Monty Python, não sai da minha cabeça desde que voltei ao Rio e ando pelas ruas da cidade.

"I always look the bright side of the life" é a maneira de amainar meu mau humor e irritação com as dez coisas que mais me irritam no Rio de Janeiro:

1) Os ônibus que nunca param no ponto. Ou cortam por fora e simplesmente ignoram os passageiros que o esperam, ou param no meio da rua, onde bem entenderem, e os passageiros - inclusive crianças e idosos - que corram atrás do coletivo se quiserem entrar;

2) os vendedores ambulantes que entram nos ônibus gritando que poderiam estar matando, estuprando, esquartejando, mas optaram por estar ali, pertubando sua viagem e vendendo jujuba;

3) A instituição "flanelinha";

4) A total inércia das autoridades que culminou na institucionalização dos flanelinhas;

5) Os assaltantes de ocasião. Meninos, meninas e adultos que muitas vezes nem são ladrões, mas aproveitam-se de ruas desertas e atacam mulheres sozinhas e tentam ganhar "no grito". Muitas vezes levam;

6) O barulho de tiros que nunca sabemos de onde vem;

7) Os cariocas "blasés" que fingem não estar nem aí para o barulho dos tiros e ainda dizem "calma, não é nada não, deve ser lá longe...";

8) Essa máxima mentirosa de que o carioca é sempre gente boa e que trata bem turista. Não sabemos falar inglês e somos tão ou piores do que qualquer povo do mundo quando não consegue se comunicar com os estrangeiros. Na minha chegada ao Rio fiquei chocada com a total falta de simpatia, cortezia e profissionalismo dos atendentes da Casa do Pão de Quaijo do Aeroprto Tom Jobim com um grupo de colombianos. Precisei intervir e ajudar os turistas antes porque atendente já tinha desistido de atendê-los;

9) O vício de buzinar dos motoqueiros (ou motociclistas, para os que preferem) e o total descaso dos motoristas de ônibus e carros que colocam a vida de quem anda sobre duas rodas em risco;

10) Os taxistas que nunca sabem o caminho. Outro dia um não sabia onde era a Rua Barão de Mesquita, uma das principais da Tijuca. Desci e peguei outro carro.

3 comentários:

Lavinia Fernandes disse...

Concordo com tudo, tudo.
Inclusive, faz tempo que percebo que em várias filias da Casa do Pão de Queijo o atendimento é péssimo. O povo prefere mil vezes conversar entre si do que atender quem está no balcão. Numa dessas, a rede acaba na falência e sem clientes e ninguém sabe porquê.
Só acho que não sabemos inglês porque somos brasileiros, não ingleses ou americanos.
Não vamos aos países dos outros e nos viramos nas línguas deles? Eles que façam o mesmo e o brasileiro que não tenha vergonha e valorize a própria língua.
Não acha?

@NelsonGurgel disse...

Oi Ap. Adorei seu post. Eu acho que devemos ser eternos indignados e transmitir isso as pessoas. Não podemos nos acomodar.

Quanto à questão do inglês, se você vai a Alemanha ou a um país Nórdico e faz a perguntinha básica Do you speak English, eles olham pra vc com um olhar de estranhamento e respondem: Of Course! É claro que eles falam Inglês. E é só assim podemos nos comunicar. Inglês é a língua franca. Nós brasileiros temos que falar inglês sim. É regra do jogo. Obviamente que nossa língua é linda, mas não é a língua franca.

Unknown disse...

É o inferno astral, amiga! rs...
Bjs e "calma, tudo está em calma, deixe que o tempo cure, deixe que o beijo dure..."
Bjs,
Ale