quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Corpo

Era fim do dia no conceituado jornal onde trabalho, matéria devidamente entregue ao editor, sistema operacional da redação em pane, um clima levemente tenso no local de trabalho. Toca o celular, a amiga querida que não costuma ligar em hora de fechamento. Atendo
- A que devo a honra de sua ligação?
- Tens condição de estar às 8 horas no Teatro Municipal?
- Bem, tenho. Já entreguei a matéria...
- Tenho convite para assistir o Grupo Corpo, quer ir?
- Claaaaaaaaaaro!

A primeira vez - e até ontem única - que assisti a uma apresentação do grupo mineiro, que existe há 33 anos, foi em um festival Carlton Dance ( é, minha gente, sou do tempo em que cigarro patrocinava festival de dança...).

O ano era 1991 e eu uma idealista estudante de teatro e jornalismo, que ainda não sabia bem qual carreira seguir ou se seria possível conciliar arte com imprensa. Na Escola de Teatro Martins Pena, onde eu cursava o profissionalizante de atriz, era comum distribuírem ingressos para os alunos e funcionários. O Teatro Municipal pertence ao estado e a escola também. Na ocasião, a diretora do Teatro era muito amiga de quem dirigia a Escola.

Assim, um belo dia, a minha professora de expressão corporal, Márcia Rubin, chegou à aula com alguns ingressos para diferentes dias do tal festival patrocinado pela Souza Cruz. Tinha desde Pina Bauch até uns grupos alternativos americanos. Ela sorteou e eu fiquei com o Grupo Corpo.

Não lembro qual foi o espetáculo, nem tampouco o nome da apresentação. Só lembro da sensação de hipnose sentida com os movimentos dos bailarinos, com a superação possível do corpo humano. A síntese do grupo liderado pelo coreógrafo Rodrigo Pederneiras é transformar os corpos em obras de arte em movimento.

Depois de assistir ao espetáculo de ontem, posso afirmar que o Grupo Corpo só evoluiu nestes 17 anos em que estivemos afastados...





Nenhum comentário: