domingo, 20 de abril de 2008

Nada sei

Enquanto escrevo este pequeno post, o pico de audiência do programa "Fantástico", da Rede Globo, deve estar batendo recorde. O casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá concederam entrevista, que vai ao ar nste momento.

O casal contesta o resultado dos laudos. Praticamente, afirmaram que a polícia errou em tudo.
Ao mesmo tempo, não têm idéia de quem poderia ter cometido ctime tão bárbaro.

Tenho minhas impressões muito particulares sobre o caso, mas uma coisa especial me chamou atenção: o casal bateu insistentemente na tecla do 'quem somos nós'.
Disseram que, se a população os conhecessem, jamais estaria suspeitando que são os culpados.

Mas seremos nós capazes de conhecermos alguém a ponto de nunca nos surpreendermos? Conhecemos o suficiente a nós mesmos a ponto de nos considerarmos 100% previsíveis?

Afinal, quem pode dizer realmente quem somos?
Somos o conjunto de nossos atos?
Ou somos um somatório de genes e influências que compõem nossa personalidade?
Quais fatores ditam nossos atos?
Podemos andar por grande parte de nossa existência no caminho da retidão e, um dia, ultrapassarmos os limites da razão e cometermos atos hediondos?

Não sei.

O grande filósofo Sócrates, que se matou com cicuta por não ter encontrado todas as respostas para as angústias da vida, simplificou suas limitações com a frase: "Só sei que nada sei".

Vou dar uma de João Paulo Cuenca (colunista do Caderno Megazine, do jornal 'O Globo' - do qual virei fã depois ser apresentada a ele por minha amiga Lavínea) e terminar a postagem com a música da semana.

Nada Sei (apneia)
http://www.youtube.com/watch?v=wERg7LPB-4Y&feature=related
Kid Abelha
Composição: Paula Toller/George Israel


Nada sei dessa vida
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber...
Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar...

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto tempo me deixar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...

Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar...
Nesse mar, os segundos
Insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só prá me afogar...

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo me deixar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo
Me deixar passar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...

Um comentário:

Antonio Santo disse...

Nelson Rodrigues, por quem perdoe-me, não curto tanta admiração, disse uma coisa certíssima:"A situação faz o ladrão". É assim que vejo as atitudes de cada um. Beijos do seu 19º leitor, hehehe.